Guitarra é um
termo amplo que se refere a uma série de instrumentos de cordas beliscadas, que
possuem geralmente de 4 a 12 cordas tensionadas ao longo do instrumento, além
de um braço, sobre o qual as cordas passam, permitindo ao executante controlar
a altura da nota produzida. Existem versões acústicas, que possuem caixa de
ressonância e elétricas, que podem ou não possuir caixa de ressonância, mas
utilizam captadores e amplificadores para aumentar a intensidade sonora do
instrumento.
As guitarras, bem
como a maior parte dos instrumentos de cordas são construídas pelo luthier. O
músico que a executa é chamado guitarrista .
No Brasil, o termo
“guitarra” refere-se exclusivamente à guitarra elétrica e a palavra “violão” é
usada para se referir tanto à guitarra clássica, como à guitarra acústica, esta
segunda com cordas de nylon ou mesmo com cordas de aço, como no caso do violão
folk.
O termo “guitarra”
também é utilizado para se referir a famílias de instrumentos com algumas
similaridedes, embora nem sempre com a mesma acepção. Para alguns autores, a
família das guitarras engloba qualquer cordofone com braço e caixa de
ressonância cujas cordas são beliscadas. Isso inclui instrumentos tais como: o
alaúde, o bandolim eo banjo.
Mas outros autores
apenas consideram como família das guitarras os instrumentos de cordas
beliscadas que têm a caixa em forma de “8”. Isso inclui instrumentos tais como
o cavaquinho e a viola.
Origens e
Desenvolvimento:
Instrumentos
similares aos que hoje chamamos de guitarras existem ao menos há 5 mil anos. A
guitarra parece derivar de outros instrumentos existentes anteriormente na Ásia
Central. Instrumentos muito similares à guitarra aparecem em antigos
alto-relevos e estátuas descobertas em Susa, na Pérsia (atualmente no Irã).
A guitarra, em
forma muito próxima à guitarra acústica atual, foi introduzida na Espanha no
Século IX, mas não se conhece com precisão toda a história deste instrumento.
No entanto há duas hipóteses mais prováveis para a introdução da guitarra no
ocidente.
A primeira hipótese
é que a guitarra seria derivada da chamada khetara grega, que com o domínio do
Império Romano passou a se chamar cítara romana, e era também denominada de
fidícula. Teria chegado à Península Ibérica por volta do Século I com os
romanos. Esse instrumento se assemelhava à lira e posteriormente foram
acontecendo as seguintes transformações: os seus braços dispostos da forma da
lira foram se unindo, formando uma caixa acústica, à qual foi acrescentado um
braço de três cravelhas e três cordas, e a esse braço foram feitas divisões
transversais (trastes).
A segunda hipótese
é de que este instrumento seria derivado do antigo alaúde árabe, nome originado
da palavra al ud, (a madeira), e que teria sido levado para a Península Ibérica
através das invasões muçulmanas. O alaúde árabe que penetrou na península nessa
época foi um instrumento que se adaptou perfeitamente às atividades culturais
e, em pouco tempo, fazia parte das atividades da corte.
Outra hipótese é
de que foram aplicadas as técnicas do alaúde (cordas beliscadas, número de
cordas, afinação, etc.) a instrumentos de corda friccionada (nessa altura
chamadas “violas”). Isso explicaria o fato de em espanhol ter havido a
distinção entre vihuela de arco (viola tocada com um arco) e vihuela de mano
(viola tocada com a mão).
Sobre
o nome
A palavra guitarra
em português, se origina do espanhol guitarra e é utilizada, com pequenas
variações, na maior parte das línguas modernas (guitar em inglês, guitare em
francês, gitarre em alemão, chitarra em italiano, entre outras). Acredita-se
que o nome se origine do termo grego khetara ou khitara.
A palavra guitarra
também pode ser derivada do termo persa qitara, que dá nome para vários membros
da família dos alaúdes. O nome guitarra teria, assim, sido introduzido pelos
mouros durante as invasões muçulmanas no século X.
Na maior parte dos
países de língua portuguesa, o termo guitarra pode se referir a qualquer das
variedades do instrumento, seja elétrica ou acústica. No Brasil e em Cabo Verde
existe a designação violão para o instrumento acústico com cordas de nylon. É
provável que o nome violão tenha surgido devido à semelhança com as violas no
formato do corpo. Como a então guitarra era maior, passou a ser chamada
popularmente de “violão” (como aumentativo de “viola”). Aos poucos o nome se
consagrou no Brasil, e o termo guitarra foi quase totalmente substituído.
Apenas no século XX o nome guitarra retornou ao vocabulário corrente dos
brasileiros, mas apenas para designar a versão eletrificada.
Durante vários
séculos de história a guitarra acústica ganhou diversas variedades. Há grandes
variações em todas as características dos instrumentos: o tamanho e o formato
da caixa de ressonância, o formato e a quantidade de aberturas frontais, o
comprimento do braço, a quantidade das cordas, a extensão e a forma de
afinação. Certas variedades se desenvolveram separadamente e se tornaram
instrumentos específicos.
Além disso há
algumas variedades que são freqüentemente associadas ao género musical em que
são usadas, como as guitarras de blues, folk, jazz e a guitarra clássica.
Embora sejam fundamentalmente o mesmo instrumento, a variedade utilizada no
flamenco, por exemplo, é diferente daquela utilizada na música clássica.
Segundo Paco de
Lucía, o inventor da guitarra tal como a conhecemos se chama Zyryab. Nascido em
Bagdá, ele viveu no fim do século VIII na corte de Córdoba.
Foi Antonio de
Torres, um luthier espanhol do século XIX que deu à guitarra a forma e as
dimensões da guitarra clássica atual, a partir do qual, diversas outras
variedades surgiram no século.
A guitarra
elétrica surgiu, independentemente, pela mão de diversas pessoas nos anos 30.
Inicialmente a eletrificação consistia em usar o próprio instrumento acústico
com um microfone de voz dentro de sua caixa de ressonância. Mais tarde esse
microfone foi substituído pelo microfone de contato chamado captador ou, em
inglês pickup.
Por nem sempre ser
necessária uma caixa de ressonância acústica numa guitarra eléctrica, surgiram
as primeiras guitarras maciças (Fender Stratocaster e Gibson Les Paul) nas
décadas de 1950 e 60. As cordas passaram a ser metálicas e captadores
magnéticos de indução começaram a ser utilizados.
Guitarra elétrica:
Na guitarra
elétrica e no baixo, o corpo é uma peça maciça de madeira, geralmente maciça ou
nos modelos mais populares, madeira laminada, pois isso produz instrumentos
leves e muito rígidos, além de terem melhor sonoridade. As madeiras brasileiras
mais comuns são o cedro, mogno, marfim, caxeta ou freixo. Em geral estes
instrumentos são revestidos por finas lâminas de madeiras mais nobres ou
pintados, muitas vezes com motivos bastante elaborados e multicoloridos. O
corpo é geralmente entalhado ou escavado para permitir a montagem dos
equipamentos eletrônicos. Um protetor de tampo, chamado escudo pode ser
acrescentado para proteger o corpo do atrito com a palheta.